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Cidade foi a sétima pior metrópole regional do Brasil no enfrentamento da pandemia.

Uberlândia, uma das 30 cidades mais ricas do País, várias vezes citada como uma espécie Berna brasileira, amargou uma posição indigente no ranking dos piores municípios no combate à COVID.

A cidade perdeu 3.587 vidas para a doença. De acordo com o Ministério da Saúde, o índice de mortes foi de 519,87 para cada 100 mil habitantes. Isso colocou a cidade entre as piores do País. Consideradas apenas as 48 metrópoles regionais do País — cidades com mais de 500 mil habitantes — Uberlândia amargou um péssimo 7º lugar. Ficou atrás apenas de Cuiabá, Niterói , Rio de Janeiro, Goiânia, Campo Grande e Porto Velho. 41 metrópoles, portanto, ficaram adiante de Uberlândia no ranking da mortalidade por COVID.

No cômputo geral do País, que tem 5.570 municípios, a situação também foi vexatória. Uberlândia ficou atrás de 5.290 municípios. Só se saiu melhor do que 279 — ou seja, ficou no rabo da fila da morte, entre os 5% piores.

As causas desse desempenho sofrível nunca foram sequer discutidas pela Prefeitura. Elas se explicam por práticas negacionistas escancaradas, distribuição massiva de medicamentos ineficazes e desrespeito às recomendaçõs de promover o isolamento social. A Prefeitura até hoje esconde quanto comprou de remédios ineficazes.

Não existe transparência em relação a este, nem a assunto de qualquer natureza. A vereadora Cláudia Guerra (PDT) denuncia que nunca conseguiu encontrar nenhum dado sobre compras realizadas pela Prefeitura nos canais institucionais, como manda a lei. E que se vê obrigada a se valer de sua prerrogativa de parlamentar para solicitar dados que deveriam ser acessíveis por qualquer cidadão. A resposta da Prefeitura, quando vem, não chega antes de 40 dias.

Não faltou contribuição da iniciativa privada para que a cidade construísse esse expressivo índice de mortalidade. A Unimed, cooperativa de médicos que domina o mercado, por exmeplo, doou 130 mil comprimidos de Hidroxicloroquina, Azitromicina e Ivermectina. Em vez de curar pacientes, aderiu facilmente às piores práticas médicas.

Segundo o release da Prefeitura reproduzido ao lado, os remédios ineficazes doados pela cooperativa se destinariam inclusive ao serviço público de saúde.

A Unicred, cooperativa de crédito que nasceu da Unimed, até hoje patrocina a coluna do disseminador de fake news Alexandre Garcia, demitido da CNN por espalhar mentiras reiteradas sobre vacinas. A coluna dele ainda vai ao ar todo dia numa rádio musical da cidade.

Maçons e empresários se uniram para montar um centro de distribuição de cloroquina, remédio cuja inutilidade foi atestada na Gripe Espanhola, mais de cem anos atrás. A iniciativa teve o apoio entusiasmado de parte da classe médica.

Até parte do Ministério Público Federal embarcou na onda negacionista. Em abril de 2021, no auge da doença, o procurador Cléber Eustáquio Neves tentou obrigar judicialmente a Prefeitura a fornecer a medicação inócua aos incautos.

A conspiração uberlandense contra a ciência e as medidas determinadas pela OMS certamente contribuiu para o desastre que as estatísticas do Ministério da Saúde agora comprovam. O Brasil, com 4% da população mundial, produziu 11% das mortes por COVID. Uberlândia, cujas lideranças tanto se empenharam para construir esse flagelo, ficou com o título de 280º pior entre os piores.

Do mundo!

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